O que é seqüestro de
carbono?
Cada hectare de floresta em desenvolvimento é capaz
de absorver nada menos do que 150 a 200 toneladas de carbono.
por Texto Rafael Tonon
É a absorção de grandes quantidades de gás carbônico (CO2) presentes na atmosfera. A forma mais comum de seqüestro de
carbono é naturalmente realizada pelas florestas. Na fase de crescimento, as
árvores demandam uma quantidade muito grande de carbono para se desenvolver e
acabam tirando esse elemento do ar. Esse processo natural ajuda a diminuir
consideravelmente a quantidade de CO2 na atmosfera: cada hectare de floresta em desenvolvimento é capaz de absorver
nada menos do que 150 a 200 toneladas de carbono.
É por
essas e outras que o plantio de árvores é uma das prioridades para a diminuição
de poluentes na atmosfera terrestre. “A
recuperação de áreas plantadas, que foram degradadas durante décadas pelo
homem, é uma das possibilidades mais efetivas para ajudar a combater o
aquecimento global”, afirma Carlos Joly, do Instituto de Biologia da Unicamp.
Porém não
é a única: já existem estudos avançados para realizar o que os cientistas
chamam de seqüestro geológico de carbono. É uma forma de devolver o carbono
para o subsolo. Os gases de exaustão produzidos pelas
indústrias são separados através de um sistema de filtros que coletam o CO2.
Esse gás é comprimido, transportado e depois injetado em um reservatório
geológico apropriado – que podem ser campos de petróleo maduros (já explorados
ou em fase final de exploração), aqüíferos salinos (lençóis de água subterrânea
com água salobra não aproveitável) ou camadas de carvão que foram encontradas
no solo. (veja infográfico ao lado)
“Os
reservatórios geológicos são altamente eficazes para aprisionar fluidos em
profundidade. Do contrário, o forte terremoto que causou o tsunami na Ásia
teria rompido diversos depósitos geológicos naturais. No entanto, nenhum campo
de gás natural ou petróleo vazou”, explica o geólogo José Marcelo Ketzer,
coordenador do Centro de Excelência em Pesquisa sobre Armazenamento de Carbono (Cepac). Ketzer lembra
ainda que os campos de petróleo ou gás natural guardaram esses fluidos por
milhões de anos e que eles permaneceriam intactos se o homem não resolvesse
trazê-los para a superfície.
Solução que vem da terra
Saiba como é possível seqüestrar o carbono do ar e
deixá-lo enterrado para sempre, no cativeiro
O gás carbônico é separado no processo de exaustão
das indústrias por meio de um sistema de filtros. Esse gás é comprimido e
transportado até um local geológico. Ali, o gás é injetado em 3 tipos de
reservatório: campos de petróleo maduros (já explorados ou em fase final de
exploração), aqüíferos salinos (lençóis de água subterrânea com água salobra
não aproveitável) ou camadas de carvão.
1. Nas
árvores
Em fase
de crescimento, as árvores são verdadeiros aspiradores de CO 2 da atmosfera. O tronco de uma árvore é 80% composto
de carbono, portanto não é de admirar que elas suguem, por hectare, 150 a 200
toneladas de CO 2 do ar. Uma árvore, sozinha, é capaz de absorver 180 quilos de
CO 2.
2.
Camadas de carvão
Assim
como nos campos de petróleo, a injeção de carbono em reservas de carvão também
pode ser lucrativa: o carvão retém o CO 2 e libera no processo o gás natural,
que pode ser explorado e comercializado. Nos depósitos localizados em
profundidades muito grandes, o gás carbônico pode ser armazenado.
3. Campos
de petróleo
Os poços
maduros, onde não há mais produção de petróleo e gás, podem se transformar em
grandes depósitos de CO 2. Seria dar apenas mais um passo, uma vez que as
petrolíferas já injetam o gás carbônico em campos maduros de petróleo para,
por intermédio dessa pressão, aumentar o potencial de extração neles.
4.
Aqüíferos salinos
Nestes
enormes mantos de água no subsolo, a água é tão salobra que não serve para o
consumo. Dessa forma, eles seriam uma ótima alternativa para estocar carbono.
Trata-se das formações com mais capacidade de armazenar CO 2: os especialistas
estimam que os aqüíferos possam reter até 10 mil gigatoneladas do gás
Nenhum comentário:
Postar um comentário