![]() ![]() ![]() ![]() ![]() ![]() ![]() ![]() ![]() Insetos que conversam, têm desejos sexuais e outros sentimentos "humanos" parecem personagens coloridos e imaginários extraídos das fantasias de um filme de Walt Disney. A Natureza, entretanto, é ainda mais criativa e maravilhosa que os próprios desenhos animados. Como as formigas reconhecem qual o caminho até o alimento e a volta para o formigueiro? Porquê após um marimbondo aferroar sua vítima vários outros marimbondos aparecem "enfurecidos" e prontos a atacar? Qual o momento certo para os besouros copularem? Todos os seres vivos mantêm profundas interações com o meio em que vivem, assegurando-lhes oportunidades de sobrevivência (através da disponibilidade de alimentos e defesa contra predadores) e de preservação da espécie (a partir da reprodução e geração de descendentes). Ao longo da evolução, insetos e outros animais desenvolveram uma comunicação química característica, utilizada para a transferência de informações entre indivíduos da mesma espécie ou entre espécies diferentes. De um modo geral, esta comunicação funciona a partir da emissão de substâncias químicas produzidas por um indivíduo (p. ex., um inseto), seguido da detecção por outro indivíduo (outro inseto), através de sensores ou receptores moleculares (pequenos "narizes", normalmente localizados nas antenas dos insetos). ![]() ![]() Já as substâncias químicas empregadas na comunicação entre espécies diferentes (interespecíficas) são chamadas de aleloquímicos e são divididos em alomônios (favorecem a espécie emissora), cairomônios (favorecem a espécie receptora) e sinomônios (ambas são favorecidas). Os alomônios geralmente são compostos utilizados para a defesa da espécie, enquanto os cairomônios são as substâncias produzidas por uma presa e que são percebidas pelo predador. Estas substâncias químicas utilizadas para a comunicação (feromônios, alomônios, cairomônios, etc.) são denominadas genericamente por semioquímicos [do grego semion (= marca ou sinal)]. ![]() ![]() ![]() ![]() ![]() ![]() ![]() ![]() No final da década de 60 foram isolados e identificados os primeiros feromônios quirais, como por exemplo o acetal cíclico exo-brevicomina, feromônio de agregação do besouro Dendroctonus brevicomis. Desde então, centenas de feromônios têm sido isolados e caracterizados, com estruturas que vão desde álcoois e hidrocarbonetos de estrutura simples, até compostos polifuncionais mais complexos, como a periplanona-B, feromônio sexual da barata Periplaneta americana. ![]() No final da década de 60 foram isolados e identificados os primeiros feromônios quirais, como por exemplo o acetal cíclico exo-brevicomina, feromônio de agregação do besouro Dendroctonus brevicomis. Desde então, centenas de feromônios têm sido isolados e caracterizados, com estruturas que vão desde álcoois e hidrocarbonetos de estrutura simples, até compostos polifuncionais mais complexos, como a periplanona-B, feromônio sexual da barata Periplaneta americana. ![]() ![]() A sensibilidade apresentada por alguns insetos frente a atividade de determinados feromônios é algo impressionante. Quantidades ínfimas de feromônio (picogramas) são suficientes para atrair insetos localizados a centenas de metros de distância. De modo semelhante, uns poucos miligramas de periplanona-B podem atrair milhões de baratas! Além de promover uma melhor compreensão dos mecanismos de comunicação entre os insetos, o interesse crescente pelo estudo dos feromônios possibilita outras aplicações interessantes. A classificação taxonômica de várias espécies (família, gênero, etc.) tem sido revisada, tomando-se por base a produção de semioquímicos da espécie. Além disso, a aplicação de feromônios na agricultura, seja como forma de monitoramento populacional ou em armadilhas de captura de insetos, é hoje uma realidade cada vez maior na busca por formas racionais de controle de pragas. ![]() ![]() MANICONA E OUTROS FEROMÔNIOS DE FORMIGAS → As secreções provenientes das glândulas mandibulares de formigas são ricas em feromônios. Estes compostos voláteis têm um papel importante nos comportamentos de alarme e defesa de várias espécies de formigas. A composição química dessas glândulas é específica para cada espécie, e muitas vezes pode ser utilizada para distinguir espécies similares morfologicamente. ![]() ![]() ![]() Para a elucidação estrutural dos constituintes da glândula mandibular de M. rubida, várias cabeças da espécie foram cortadas e as glândulas foram isoladas e analisadas por técnicas de cromatografia a gás e espectrometria de massas. Desse estudo, quatro cetonas a,ß-insaturadas 1-4 foram identificadas, sendo a manicona 1 a substância encontrada em maior proporção. Outros compostos também foram identificados, em menor proporção, como as cetonas 5 (R = H, CH3, C2H5), acetaldeído, isobutiraldeído, acetona, álcool benzílico e isopentanal, entre outros. Técnicas de micro-derivatizações associadas à síntese enantiosseletiva da manicona 1 confirmaram a estrutura proposta e a configuração absoluta do carbono metínico como sendo (S). ![]() ![]() ![]() |
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quinta-feira, 24 de março de 2011
Feromônios e outros semioquímicos - A linguagem química dos insetos
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