terça-feira, 29 de março de 2011

Plutônio (Pu)

O que é o Plutônio

segunda-feira, 28 de março de 2011

A Química na sua vida

Agrotóxicos podem causar transtornos em crianças

Um estudo da Academia Americana de Pediatria mostrou que o consumo de alimentos com agrotóxicos pode estar relacionado com um transtorno que afeta crianças e adolescentes:  o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).

Os agrotóxicos agem no sistema nervoso dos  insetos e podem ter efeito semelhante nos seres  humanos.

                                          
Fonte: Jornal Nacional

A arte que deprecia a ciência

Um monstro sádico de guarda pó branco trancado em um laboratório cheio de cobaias.  A imagem dos químicos disseminada pela literatura e pelo cinema é negativa, afirmam cientistas. O químico é mostrado como um maníaco diabólico e perigoso, obsessivo, secreto e arrogante. 
Cientistas estão preocupados com a imagem pública da química. A revista alemã Hyle , especializada em debater a filosofia dessa ciência, trouxe uma edição com artigos voltados a analisar o papel da química na literatura e no cinema. A conclusão mostra uma visão popular negativa dessa disciplina, praticada por alquimistas ou cientistas malucos que desenvolvem em laboratórios obscuros venenos que oferecem perigo à humanidade e ao meio ambiente.
Os alquimistas estão na raiz da mistificação da atividade desses cientistas que ganhou espaço nos livros e nos filmes. Figuras vistas como os únicos detentores do poder de transformar qualquer metal em ouro, com a lendária pedra filosofal, os alquimistas eram temidos por seu saber mágico e sobrenatural, capaz de dar vida a homúnculos e de favorecer privilegiados com elixires da juventude.
Vista como uma prática que envolvia magia negra e astrologia, foi considerada heresia – aqueles que com ela se envolviam só podiam estar compactuados com o demônio. Na literatura, a imagem popular dos alquimistas inspirou a construção de personagens como Fausto, o cientista que vendeu a alma ao diabo, o monstro de Frankenstein, ou o cruel Doutor Moreau, cientista que ignora os gritos de dor de suas cobaias animais, segundo a análise da química Roslynn Hayes, da Universidade da Nova Gales do Sul, na Austrália.
Não muito longe dessa caracterização está a figura dos químicos no cenário de hoje, segundo Hayes. “A literatura e os filmes atuais mostram o químico como um maníaco diabólico e perigoso, obsessivo, secreto e arrogante”, afirma ela em seu artigo. “Alquimistas e cientistas são representados como pessoas com valores diferentes dos outros, preparados para sacrificar homens e animais por seus experimentos”.
Na química praticada nos filmes e livros, a busca pelo conhecimento justifica qualquer prejuízo, seja através de efeitos colaterais, poluição ambiental ou contaminação genética. “Todo o glamour atingido com o sucesso de uma experiência se transforma em cinzas quando a mesma vira um desastre imprevisível“, explica Hayes. “É o exemplo de Frankenstein, cuja tragédia começa no momento em que o experimento dá certo”.
Em outro artigo da revista, o sociólogo alemão Peter Weingart, do Instituto de Pesquisa Científica e Tecnológica, na Alemanha, analisou 400 filmes que trazem personagens ou histórias associadas ao discurso científico. A química fica em terceiro lugar na ordem de disciplinas mais abordadas, sendo 24% desses filmes de terror, 13% de suspense e outros 13% comédia. Segundo a análise de Weingart, mais de metade dos filmes estudados apresentava a ciência de forma fantasiosa, irreal – 47% abordavam o tema de forma não-ficcional.
“A química não está sozinha nessa posição. A imagem da medicina e da física ainda é pior. Podemos concluir que as ciências mais poderosas são também as vistas com maiores suspeitas”, conclui o sociólogo. Filmes recentes como O enviado (2004) e O sexto dia (2000) abordam a questão da clonagem e deixam explícitas as ansiedades e medos associados à idéia de criação de um ser humano pela ciência. Em ambos os filmes as experiências de clonagem, obviamente, não dão certo. Sucessos de bilheteria como Jurassic Park e Erin Brockovich também não hesitam em implicar cientistas nos mais deferentes tipos de desastres.
Para Roslynn Hayes, os próprios químicos mantêm até hoje atitudes que perpetuam o estereótipo criado. “Os símbolos, fórmulas e teorias usados na química são tão opacos para os leigos quanto eram os dos alquimistas em sua época. Também falham ao não demonstrarem preocupação ética e moral pelos impactos de suas pesquisas”, afirma. Weingart está de acordo com essa análise: segundo ele, o que os filmes populares mostram é que os químicos não conseguem se comunicar com os leigos, apesar de todos os benefícios gerados por sua ciência.

Com a palavra, os químicos.

Veja o que o cigarro pode fazer com seu corpo

Até setecentos aditivos químicos talvez entrem nos ingredientes utilizados na fabricação de cigarros, mas a lei permite que os fabricantes guardem a lista em segredo. No entanto, constam entre os ingredientes matais pesados, pesticidas e inseticidas. Alguns são tão tóxicos que é ilegal despejá-los em aterros. Aquela atraente espiral de fumaça está repleta de umas 4.000 substâncias, entre as quais acetona, arsênico, butano, monóxido de carbono e cianido. Os pulmões dos fumantes e de quem está perto ficam expostos a pelo menos 43 substâncias comprovadamente cancerígenas.
Há pelo menos dez mil anos antes de Cristo, índios da América Central já utilizavam o tabaco em forma de cigarro em rituais religiosos. Já em nosso país, relatos mais antigos apontam que, em 1556, o capelão da primeira expedição francesa ao nosso país observou esta prática entre os tupinambás.

O cigarro começou a ser fabricado a partir de 1840 e, quarenta anos depois, foi criada uma máquina capaz de enrolar um grande número de cigarros por minuto, propiciando a sua popularização. Apesar de visível, o fato de que este provoca dependência e seu uso pode desencadear em uma gama de doenças foi reconhecido somente em meados do século vinte.
Atualmente, são aproximadamente 1,2 bilhão de fumantes em todo o mundo, sendo que 38 milhões destes vivem no Brasil. Uma das mais de 4500 substâncias que um único cigarro contém – a nicotina – interage com receptores neurais, que liberam substâncias como a dopamina, acetilcolina, serotonina e betaendorfina, conferindo uma sensação de prazer imediata.
Mais viciante que drogas como o álcool, cocaína, crack e morfina; a nicotina atinge o cérebro em até vinte segundos: tempo bem mais rápido que o princípio ativo de qualquer outra destas drogas. Assim, a probabilidade de um indivíduo se tornar dependente da nicotina é muito alta, com crise de abstinência bastante incômoda, que geralmente se inicia minutos depois do último trago, sendo as grandes responsáveis pela dificuldade de um fumante em interromper o uso do cigarro. Esta situação é tão séria, e triste, que não é raro vermos pacientes fumantes em estágio terminal, implorando desesperadamente por mais um trago.
Gás carbônico, monóxido de carbono, amônia, benzeno, tolueno, alcatrão, ácido fórmico, ácido acético, chumbo, cádmio, zinco, níquel dentre muitas outras substâncias são encontradas no cigarro. 
Estas são responsáveis pelo aumento dos riscos que estes indivíduos têm de desenvolver problemas de saúde como cânceres, doenças coronarianas, má circulação sanguínea, enfisema pulmonar, bronquite crônica, derrames cerebrais, úlceras, osteoporose, impotência, catarata.
Como algumas destas são liberadas no ar, juntamente com a fumaça, pessoas que convivem com fumantes estão também sujeitas. Há também a tromboangeíte obliterante, doença de ocorrência única entre fumantes, e que obstrui as artérias das extremidades e provoca necrose dos tecidos.
Além disso, o cigarro é considerado o maior poluente de ambientes domiciliares; é responsável pela derrubada de árvores e queimadas em prol do plantio do fumo e fabricação de lenha para abastecimento de fornalhas para o ressecamento das folhas; contamina os solos pelo uso de agrotóxicos; e é o causador de inúmeras queimadas, graças ao descarte indevido de suas bitucas.

Veja o que ocorre em cada órgão do corpo humano:

Cérebro
A nicotina inalada no cigarro atinge o cérebro em 8 segundos, onde tem um potencial comparável ao da heroína para viciar. De 30% a 50% das pessoas que fumam desenvolvem algum tipo de dependência e 70% a 90% dos fumantes regulares sào viciados. Apenas 6% dos que tentam parar conseguem ficar mais de um mês sem fumar.

Pele
O cigarro diminui o calibre das veias, o que diminui a irrigação sangüínea da pele e diminui a chegada de oxigênio e nutrientes para as células. O resultado é um envelhecimento precoce da pele, com rugas em média 20 anos mais cedo que não fumantes.
Entre as mulheres, o cigarro aumenta em mais de 3 vezes o risco de desenvolver psoríase, doença sem cura que causa feridas na pele. Entre os homens, ela não chega a causar a doença, mas agrava os sintomas naqueles que já sofrem com ela.

Olho
Estudos mostram que fumar aumenta em até 3 vezes o risco de catarata, doença nos olhos que diminui progressivamente a visão e é a principal causa de cegueira no mundo.

Boca
Além de dar mau hálito e dentes amarelados, fumar aumenta de 4 a 15 vezes a chance de ter câncer de boca, dependendo do quanto se fuma. E mais de 60% das pessoas que diagnosticam esse câncer não tem chance de curá-lo.

Garganta
Pigarro não é a única coisa que o cigarro traz para a garganta. Ele também é o principal fator de risco para o câncer de garganta, que só no Brasil registra 6 600 novos casos e é causa de 3 500 mortes por ano.

Pulmão
Quem fuma muito tem 20 a 30 vezes mais chances de ter câncer de pulmão. Ele é o câncer que mais mata homens no Brasil, e, desde 2002, o segundo que mais mata mulheres. De 80% a 90% dos casos da doença matam em menos de 5 anos. Além disso, o fumante diminui sua capacidade respiratória e tem maiores chances de ter qualquer doença respiratória, como bronquite e enfisema.

Estômago
A nicotina aumenta a acidez do estômago e, conseqüentemente, as chances de gastrite e úlcera. As úlceras demoram mais para cicatrizar e voltam com mais facilidade nos fumantes. Ah, e o tabaco também é fator de risco para o câncer de estômago, que atingiu cerca de 26 mil pessoas no Brasil em 2006.

Coração
O fumo aumenta a pressão arterial, diminui a capacidade respiratória e aumenta a coagulação sanguínea. Resultado: chances 2 a 3 vezes maiores de morrer por doenças cardiovasculares, como derrame e enfarto. Estudos mostram que o risco de enfarto é ainda maior entre mulheres, especialmente para as que usam anticoncepcionais orais.

Ossos
A osteoporose é um processo de perda de minerais e enfraquecimento dos ossos, que os deixa muito mais fáceis de quebrar. O cigarro é um dos fatores que mais acelera esse processo, mais comum entre as mulheres. Estima-se que uma em cada oito fraturas da cintura são causadas pelo fumo.

Sistema reprodutor
O fumo causa problemas vasculares que aumentam a chance de impotência nos homens. Entre as mulheres fumantes, ele aumenta as chances de menopausa precoce, infertilidade e problemas com a menstruação.

Gestação (GRAVIDEZ)
Numerosos estudos evidenciaram que o tabagismo materno influencia o crescimento fetal, de forma especial o peso do recém-nascido.
Também esta droga está na origem do aumento das taxas de aborto expontâneo, complicações durante a gravidez e do parto e nascimentos prematuros.

Fumo passivo
A fumaça que deixa seu cabelo fedorento na balada é bem mais perigosa do que parece. Ela contém uma concentração maior de substâncias cancerígenas que a inalada pelos fumantes. O risco de câncer de pulmão é 30% maior entre não-fumantes expostos ao cigarro do que entre os que não têm contato com a fumaça.

Eu também acuso!




Hoje recebi de um amigo do Orkut a dica de um post no blog Hora do Recreio, da amiga blogueira Berenice. Se trata de um texto do professor Igor Pantuzza Wildmann, em tributo ao professor Kássio Vinícius Castro Gomes, morto por um aluno que ficou descontente com uma nota (Veja a notícia aqui).

Eu não vou emitir qualquer opinião sobre o assunto, pois acredito que o professor Igor fez isso brilhantemente, disse tudo o que estava engasgado na garganta de muitos professores nesse país. Concordo totalmente com o texto a seguir e acho que nos resta divulgar essas ideias e tentar fazer com que atrocidades assim não aconteçam mais.

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J'acuse!
(Eu acuso!)

“Mon devoir est de parler, je ne veux pas être complice.” (“Meu dever é falar, não quero ser cúmplice.”)
Émile Zola


Foi uma tragédia fartamente anunciada. Em milhares de casos, desrespeito. Em outros tantos, escárnio. Em Belo Horizonte, um estudante processa a escola e o professor que lhe deu notas baixas, alegando que teve danos morais ao ter que virar noites estudando para a prova subsequente. (Notem bem: o alegado “dano moral” do estudante foi ter que... estudar!).

A coisa não fica apenas por aí. Pelo Brasil afora, ameaças constantes. Ainda neste ano, uma professora brutalmente espancada por um aluno. O ápice desta escalada macabra não poderia ser outro.

O professor Kássio Vinícius Castro Gomes pagou com sua vida, com seu futuro, com o futuro de sua esposa e filhas, com as lágrimas eternas de sua mãe, pela irresponsabilidade que há muito vem tomando conta dos ambientes escolares.

Há uma lógica perversa por trás dessa asquerosa escalada. A promoção do desrespeito aos valores, ao bom senso, às regras de bem viver e à autoridade foi elevada a método de ensino e imperativo de convivência supostamente democrática.

No início, foi o maio de 68, em Paris: gritava-se nas ruas que “era proibido proibir”. Depois, a geração do “não bate, que traumatiza”. A coisa continuou: “Não reprove, que atrapalha”. Não dê provas difíceis, pois “temos que respeitar o perfil dos nossos alunos”. Aliás, “prova não prova nada”. Deixe o aluno “construir seu conhecimento.” Não vamos avaliar o aluno. Pensando bem, “é o aluno que vai avaliar o professor”. Afinal de contas, ele está pagando...

E como a estupidez humana não tem limite, a avacalhação geral epidêmica, travestida de “novo paradigma” (Irc!), prosseguiu a todo vapor, em vários setores: “o bandido é vítima da sociedade”, “temos que mudar ‘tudo isso que está aí’; “mais importante que ter conhecimento é ser ‘crítico’.”

Claro que a intelectualidade rasa de pedagogos de panfleto e burocratas carreiristas ganhou um imenso impulso com a mercantilização desabrida do ensino: agora, o discurso anti-disciplina é anabolizado pela lógica doentia e desonesta da paparicação ao aluno – cliente...

Estamos criando gerações em que uma parcela considerável de nossos cidadãos é composta de adultos mimados, despreparados para os problemas, decepções e desafios da vida, incapazes de lidar com conflitos e, pior, dotados de uma delirante certeza de que “o mundo lhes deve algo”.

Um desses jovens, revoltado com suas notas baixas, cravou uma faca com dezoito centímetros de lâmina, bem no coração de um professor. Tirou-lhe tudo o que tinha e tudo o que poderia vir a ter, sentir, amar.

Ao assassino, corretamente , deverão ser concedidos todos os direitos que a lei prevê: o direito ao tratamento humano, o direito à ampla defesa, o direito de não ser condenado em pena maior do que a prevista em lei. Tudo isso, e muito mais, fará parte do devido processo legal, que se iniciará com a denúncia, a ser apresentada pelo Ministério Público. A acusação penal a o autor do homicídio covarde virá do promotor de justiça. Mas, com a licença devida ao célebre texto de Emile Zola, EU ACUSO tantos outros que estão por trás do cabo da faca:

EU ACUSO a pedagogia ideologizada, que pretende relativizar tudo e todos, equiparando certo ao errado e vice-versa;

EU ACUSO os pseudo-intelectuais de panfleto, que romantizam a “revolta dos oprimidos”e justificam a violência por parte daqueles que se sentem vítimas;

EU ACUSO os burocratas da educação e suas cartilhas do politicamente correto, que impedem a escola de constar faltas graves no histórico escolar, mesmo de alunos criminosos, deixando-os livres para tumultuar e cometer crimes em outras escolas;

EU ACUSO a hipocrisia de exigir professores com mestrado e doutorado, muitos dos quais, no dia a dia, serão pressionados a dar provas bem tranqüilas, provas de mentirinha, para “adequar a avaliação ao perfil dos alunos”;

EU ACUSO os últimos tantos Ministros da Educação, que em nome de estatísticas hipócritas e interesses privados, permitiram a proliferação de cursos superiores completamente sem condições, freqüentados por alunos igualmente sem condições de ali estar;

EU ACUSO a mercantilização cretina do ensino, a venda de diplomas e títulos sem o mínimo de interesse e de responsabilidade com o conteúdo e formação dos alunos, bem como de suas futuras missões na sociedade;

EU ACUSO a lógica doentia e hipócrita do aluno-cliente, cada vez menos exigido e cada vez mais paparicado e enganado, o qual, finge que não sabe que, para a escola que lhe paparica, seu boleto hoje vale muito mais do que seu sucesso e sua felicidade amanhã;

EU ACUSO a hipocrisia das escolas que jamais reprovam seus alunos, as quais formam analfabetos funcionais só para maquiar estatísticas do IDH e dizer ao mundo que o número de alunos com segundo grau completo cresceu “tantos por cento”;

EU ACUSO os que aplaudem tais escolas e ainda trabalham pela massificação do ensino superior, sem entender que o aluno que ali chega deve ter o mínimo de preparo civilizacional, intelectual e moral, pois estamos chegando ao tempo no qual o aluno “terá direito” de se tornar médico ou advogado sem sequer saber escrever, tudo para o desespero de seus futuros clientes-cobaia;

EU ACUSO os que agora falam em promover um “novo paradigma”, uma “ nova cultura de paz”, pois o que se deve promover é a boa e VELHA cultura da “vergonha na cara”, do respeito às normas, à autoridade e do respeito ao ambiente universitário como um ambiente de busca do conhecimento;

EU ACUSO os “cabeça – boa” que acham e ensinam que disciplina é “careta”, que respeito às normas é coisa de velho decrépito;

EU ACUSO os métodos de avaliação de professores, que se tornaram templos de vendilhões, nos quais votos são comprados e vendidos em troca de piadinhas, sorrisos e notas fáceis;

EU ACUSO os alunos que protestam contra a impunidade dos políticos, mas gabam-se de colar nas provas, assim como ACUSO os professores que, vendo tais alunos colarem, não têm coragem de aplicar a devida punição.

EU VEEMENTEMENTE ACUSO os diretores e coordenadores que impedem os professores de punir os alunos que colam, ou pretendem que os professores sejam “promoters” de seus cursos;

EU ACUSO os diretores e coordenadores que toleram condutas desrespeitosas de alunos contra professores e funcionários, pois sua omissão quanto aos pequenos incidentes é diretamente responsável pela ocorrência dos incidentes maiores;

Uma multidão de filhos tiranos que se tornam alunos -clientes, serão despejados na vida como adultos eternamente infantilizados e totalmente despreparados, tanto tecnicamente para o exercício da profissão, quanto pessoalmente para os conflitos, desafios e decepções do dia a dia.

Ensimesmados em seus delírios de perseguição ou de grandeza, estes jovens mostram cada vez menos preparo na delicada e essencial arte que é lidar com aquele ser complexo e imprevisível que podemos chamar de “o outro”.

A infantilização eterna cria a seguinte e horrenda lógica, hoje na cabeça de muitas crianças em corpo de adulto: “Se eu tiro nota baixa, a culpa é do professor. Se não tenho dinheiro, a culpa é do patrão. Se me drogo, a culpa é dos meus pais. Se furto, roubo, mato, a culpa é do sistema. Eu, sou apenas uma vítima. Uma eterna vítima. O opressor é você, que trabalha, paga suas contas em dia e vive sua vida. Minhas coisas não saíram como eu queria. Estou com muita raiva. Quando eu era criança, eu batia os pés no chão. Mas agora, fisicamente, eu cresci. Portanto, você pode ser o próximo.”

Qualquer um de nós pode ser o próximo, por qualquer motivo. Em qualquer lugar, dentro ou fora das escolas. A facada ignóbil no professor Kássio dói no peito de todos nós. Que a sua morte não seja em vão. É hora de repensarmos a educação brasileira e abrirmos mão dos modismos e invencionices. A melhor “nova cultura de paz” que podemos adotar nas escolas e universidades é fazermos as pazes com os bons e velhos conceitos de seriedade, responsabilidade, disciplina e estudo de verdade.

Igor Pantuzza Wildmann

Advogado – Doutor em Direito. Professor universitário.

Extração de Nióbio em Catalão


"O elemento nióbio, de símbolo químico Nb, é um metal de transição que, com o vanádio e o tântalo, integra o grupo Vb da tabela periódica. Unido ao tântalo, ocorre em minerais como a columbita e a tantalita. A separação dos dois metais é difícil, pois apresentam propriedades muito semelhantes.

Em 1801, o químico inglês Charles Hatchett descobriu numa amostra de minério extraído na região americana da Nova Inglaterra, e deu-lhe o nome de colúmbio. Em 1844, o alemão Heirich Rose distinguiu no colúmbio dois elementos distintos, e chamou-os tântalo e nióbio. O nome colúmbio, no entanto, continua a ser usado pela indústria metalúrgica americana para designar o nióbio.

Em estado puro, o nióbio é maleável e dúctil, de cor branca brilhante, parece-se com o aço e, quando polido com a platina. Embora tenha ótima resistência à corrosão, é suscetível à oxidação acima de 400º C. É usado em ligas, imãs supercondutores e, em pequenas quantidades, em aços inoxidáveis para evitar corrosão intergranular."

sábado, 26 de março de 2011

O papel da química na sociedade

 Mas o que significa ensinar química para o cidadão? Será que o cidadão precisa de conhecimento em química? Será que o ensino de química que temos ministrado em nossas escolas tem preparados os nossos jovens para o exercício consciente da cidadania? Será que ensinar química para o cidadão é o mesmo que preparar alunos para o vestibular? Entretanto, é preciso introduzir os alunos à maneira científica de ver as coisas, a natureza, o mundo.
Logo, a reflexão e construção da prática pedagógica são caracterizadas pelas dificuldades, inseguranças, angústias e incertezas. Portanto, A ciência não pode ser ensinada como um produto acabado, que ela é fruto de criações humanas, com determinadas visões do mundo e propensas a erros e acertos.
          Pode ser dito que o manuseio e utilização de substâncias, o consumo de produtos industrializados, os efeitos da química no meio ambiente; a interpretação de informações químicas veiculadas pelos meios de comunicação, a avaliação de programas de ciência e tecnologia e a compreensão do papel da química e da ciência na sociedade caracterizam os conteúdos que devem ser abordados na sala de aula.
          Os experimentos são uma ferramenta que pode ter grande contribuição na explicitação, problematização, discussão e construção dos conceitos de química entre os alunos, criando condições favoráveis à interação e intervenção pedagógica do professor, pois como parte do processo, quer queira quer não, irão surgir possibilidades de reflexão sobre sua prática pedagógica. Tendo como resultado final, a construção do conhecimento científico por parte dos alunos e um trabalho educacional cada vez melhor, atingindo sempre sua finalidade, que é formar cidadãos capazes de transformar sua realidade social, seja por participação ou julgamento.
           Os professores precisam sentir bastantes desafiados a tornar as suas salas de aula um espaço constante de investigação e interação social, transformando-as em uma contínua reflexão e revisão do trabalho pedagógico. Além disso, o papel do professor é introduzir novas idéias ou ferramentas culturais, fornecendo apoio e orientação aos estudantes, além de ouvir e diagnosticar as maneiras como as atividades instrucionais estão sendo interpretadas.
           Uma forma de introduzir novas idéias é através das interações sociais do aluno no aprendizado da química, pois, se as representações cotidianas de certos fenômenos naturais feitas em sala de aula forem muitos diferentes das representações científicas a aprendizagem acaba sendo difícil ou mesmo incompreendidas pelos alunos. Portanto, para que os alunos adotem formas cientificas de conhecer, é essencial que haja intervenção e negociação com o professor.
           Neste aspecto, um dos grandes desafios dos professores do ensino médio e fundamental é construir uma ponte entre o conhecimento ensinado e o modo cotidiano dos alunos. A falta de recursos financeiros é um dos principais problemas para os professores tornarem suas aulas mais atraentes e motivadoras. Sendo assim, a inclusão de protótipos e experimentos simples nas aulas tem sido um fator decisivo para estimular os alunos a adotar uma atitude mais empreendedora e a romper com a passividade que, em geral, lhes é subliminarmente imposta nos esquemas tradicionais de ensino. Nesta linha de atuação, o professor pode e deve instigar seus alunos a simplificar os experimentos e protótipos até reduzi-los a um mínimo, pois, está é uma forma de desenvolver novas habilidades e a capacidade de buscar soluções alternativas.


          Atualmente, o ensino de Química é reduzido à transmissão de informações, definições de leis isoladas, sem qualquer relação com a vida do aluno. Assim, quase sempre, é exigida a pura memorização, restrita a baixos níveis cognitivos, geralmente consolidados por exames de vestibulares e em livros textos amoldados com esta situação. Enfatizam-se muitos tipos de classificações, como tipos de reações, ácidos, soluções e outros temas, que não representam aprendizagens significativas.           Sabemos que o ensino de Química contribui para uma visão mais ampla do conhecimento, possibilitando melhor compreensão do mundo físico e construção da cidadania, colocando em pauta, na sala de aula, conhecimentos socialmente relevantes, que façam sentido e possam se integrar à vida do aluno. Neste caso, a Química é uma ciência caracterizada por um modo de pensar e um modo de fazer.

Prof. Genilson Pereira Santana
Departamento Química / Ufam

Referências bibliográficasSANTOS, W. L. P., SCHNETZIER, R. P. Função Social - O que significa ensino de química para formar o cidadão? Química Nova na Escola, No. 4, 28-33, 1996.
BRIGHENTE, I. M. C.; MARCONI, D. M. O.; SOUZA, T. C. R. Utilização de aulas experimentais como recurso instrucional. Disponível em < http://www.sbq.org.br/ranteriores/23/resumos/1321-1/ >. Data de acesso 5 de março 2005.

BP: "Sequência de falhas" causou vazamento de petróleo

Petroleira divulgou relatório sobre o maior desastre ambiental dos EUA

 

 Explosão da plataforma Deepwater Horizon deu origem ao vazamento, em 21 de abril (Guarda Costeira Americana/AFP)
"Decisões tomadas por várias empresas e equipes de trabalho contribuíram para o acidente que surgiu de um conjunto complexo e interligado de falhas mecânicas, julgamentos humanos, engenharia de projeto, execução operacional e interfaces de equipes"
A pior tragédia ambiental dos Estados Unidos não foi causada por um único fato isolado. "Na verdade, uma sequência de falhas envolvendo diferentes partes levaram à explosão da plataforma que matou 11 pessoas e causou a contaminação generalizada no Golfo do México este ano", diz o relatório da BP sobre o acidente, que resultou no vazamento de milhões de litros de petróleo na costa americana e já custou mais de 8 bilhões de dólares à petroleira.
"Decisões tomadas por várias empresas e equipes de trabalho contribuíram para o acidente que surgiu de um conjunto complexo e interligado de falhas mecânicas, julgamentos humanos, engenharia de projeto, execução operacional e interfaces de equipes", relata o documento com mais de 190 páginas e feito com base em uma investigação que durou quatro meses, sob a coordenação de Mark Bly, chefe de Segurança e Operações da BP, com apoio de uma equipe de mais de 50 especialistas técnicos - alguns da BP e outros independentes.
Como já era previsto, a empresa dividiu a culpa pelo desastre com outras duas companhias. A suíça Transocean, responsável pela modulação de alguns equipamentos, teria falhado na avaliação de alguns testes de pressão, enquanto a americana Halliburton, contratada para auxiliar no processo de fechamento do duto por onde o óleo escapava, teria feito um trabalho ruim ao tentar vedar com cimento o vazamento. Mas o documento ainda enumera outras falhas de ambas as empresas.
"Apesar de pouco provável, parece que o projeto do poço também contribuiu para o incidente", assume Tony Hayward, chefe executivo da BP. De acordo com advogados, o relatório deve ter peso crucial no julgamento da BP. Por isso, os redatores do documento tentaram obter um equilíbrio entre assumir a responsabilidade plena pelo acidente e isentar-se completamente da culpa.
Desculpas - A BP voltou a pedir desculpa pelo acidente e disse que trabalha, agora, para que o acidente não volte a se repetir. "Lamentamos profundamente e estamos determinados a aprender as lições para o futuro. Para isso, realizaremos uma revisão em larga escala para melhorar a segurança de nossas operações. Vamos investir o que for preciso para conseguir isso. Caberá a todos na BP implementar as mudanças necessárias para garantir que uma tragédia como esta nunca aconteça novamente", destacou o executivo Bob Dudley.
"Temos dito desde o início que a explosão era uma responsabilidade partilhada entre várias empresas. Este relatório enfatiza essa conclusão, apresentando uma análise detalhada de fatos e sugestões de melhorias tanto à BP quanto às outras partes envolvidas. Nós aceitamos todas as recomendações e vamos analisar a melhor forma de implementá-las", completou, referindo-se às 25 orientações propostas no relatório para evitar um novo desastre, como garantir o controle do poço, dos sistemas de emergência e dos equipamentos de auditoria e verificação

O vazamento de petróleo no Golfo do México

Qual é a gravidade do vazamento de petróleo no Golfo do México?



Pássaros sobrevoam a área poluída pelo óleo no Golfo do Méxic (Reuters)
O derramamento de petróleo no Golfo do México é grave. Mas quão grave ele é? Alguns especialistas foram rápidos ao prever o apocalipse, projetando imagens cruéis com 1.600 quilômetros de águas irreparáveis e praias em risco, pesca prejudicada por várias temporadas, espécies frágeis extintas e uma indústria economicamente arrasada por anos.

O presidente Barack Obama chamou o vazamento de "um possível desastre ambiental sem precedentes." E alguns cientistas previram que o petróleo poderá se prender na correnteza do golfo, levando a destruição para a Costa Atlântica. Ainda sim a explosão da plataforma de águas profundas não é sem precedentes, nem é o pior acidente de petróleo da história. Seu impacto final dependerá de uma lista de variáveis, que incluem o clima, correntes oceânicas, as propriedades do petróleo e o sucesso ou fracasso dos esforços para estancar o fluxo.

Tragédias - Como disse um especialista, é primeira batalha desta guerra. Ninguém sabe quem vai vencer no final. O poço, do qual vazam sem parar cerca de 800.000 litros de petróleo por dia, poderia continuar aberto por anos e mesmo assim não chegaria nem perto dos 136 bilhões de litros de petróleo derramados pelas forças do Iraque quando deixaram o Kuwait em 1991. Não chega nem perto da magnitude do Ixtoc I, que explodiu na baía de Campeche, no México, em 1979, e espalhou por volta de 500 milhões de litros de petróleo antes que o poço fosse controlado.

Terá que ficar muito pior até alcançar o impacto do acidente do petroleiro Exxon Valdez em 1989, que contaminou 2.000 quilômetros de um intocado litoral e matou milhares de aves marinhas, lontras e focas, além de 250 águias e 22 orcas.

Ninguém, nem mesmo os advogados das indústrias de petróleo, está defendendo o acidente. A área contaminada do golfo continua aumentando e já foi encontrado petróleo em algumas áreas pantanosas na ponta da Louisiana. As praias e os arrecifes das ilhas de Flórida correm perigo se o óleo entrar na correnteza do golfo.

Esperança - Na segunda-feira, porém, o vento estava levando o petróleo para a direção contrária, para longe da correnteza. Os piores efeitos do vazamento ainda estão para acontecer. E se os esforços para conter o petróleo tiverem pelo menos um pouco de sucesso e o clima cooperar, o pior poderá ser evitado. "Até agora o que as pessoas estão temendo ainda não se concretizou", disse Edward B. Overton, professor de ciência ambiental da Faculdade do Estado de Louisiana e perito em vazamentos de petróleo. "Acham que será como o Exxon Valdez. Eu não imagino essa gravidade aqui a não ser que as coisas piorem muito."

Overton disse ter esperança que os esforços da British Petroleum para colocar tampas de concreto na boca do poço danificado vai funcionar, embora tenha dito se tratar de uma missão complicada e que poderia até piorar as coisas se danificar outros canos submarinos.

"O céu não está desabando", disse Quenton R. Dokken, biólogo marinho e diretor executivo da Fundação Golfo do México, um grupo de conservação em Corpus Christi, Texas. "Nós com certeza caímos em um buraco e teremos que lutar para sair dele, mas isso não significa que é o fim do Golfo do México."

Engenheiros falaram que o tipo de petróleo que sai do poço é mais leve que o grosso espalhado pelo Exxon Valdez, evapora com mais rapidez pela superfície e é mais fácil de queimar. Também aparenta responder melhor ao uso de dispersantes, que ajudam a reduzi-lo. Ainda sim o petróleo continua capaz de causa danos significativos, principalmente quando se funde com a água e forma uma espécie de mousse que flutua e pode percorrer longas distâncias.

Estrago - Jacqueline Savitz, cientista sênior da Oceana, um grupo ambiental sem fins lucrativos, disse que grande parte do estrago já está se espalhando para longe do litoral e fora da vista da vigilância aeronáutica e dos navios de pesquisa. "Algumas pessoas estão dizendo que, como ainda não atingiu a costa, está tudo bem", ela diz. "Mas muitos animais vivem no oceano, e um vazamento deste é prejudicial assim que atinge a água. Colocaram em risco as tartarugas marinhas, camarões, caranguejos e as ostras. Muitas dessas espécies já estão sendo atacadas há dez dias. Nós estamos esperando para ver como é grave quando chegar ao litoral, mas nunca saberemos os verdadeiros impactos no oceano."

O impacto econômico é tão incerto quanto os danos ambientais. Com milhões de galões na água, alguns especialistas preveem um grande dano à economia. Especialistas no Instituto de Pesquisa Harte para Estudos do Golfo do México em Corpus Christi, por exemplo, estimam que 1,6 bilhão de dólares da economia anual - incluindo o turismo, pesca e outros - estão em risco. "E essa é só a ponta do iceberg", diz David Yoskowitz, do Instituto de Economia Social. "Ainda é cedo e existem muitas chances de ocorrerem impactos negativos."

Até quando? - O golfo não é um ambiente primitivo e já sobreviveu a problemas crônicos e agudos de poluição anteriormente. Refinarias e indústrias químicas que cruzam a costa do México até o Mississipi derramam incontáveis litros de poluentes na água.

Após o derramamento do Ixtox a 31 anos atrás, o segundo maior da história, o golfo ricocheteou. Em três dias houve um pequeno rastro do vazamento fora da costa mexicana, agravado por um acidente com um petroleiro no golfo poucos meses depois, que liberou quase 10 milhões de litros, segundo especialistas. "O golfo é tremendamente vivo", disse Dokken. "Mas nós sempre temos que nos perguntar o quanto podemos aguentar de desastres como esse e nos recuperarmos. Como cientista, preciso reconhecer que simplesmente não sei."

Globo Repórter 25-03-2011 Parte 4 [FINAl] Mundo dos Orgânicos.

Globo Repórter 25-03-2011 Parte 3 Mundo dos Orgânicos.

Globo Repórter 25-03-2011 Parte 2 Mundo dos Orgânicos.

Globo Repórter 25-03-2011 Parte 1 Produtos Organicos

Orgânicos possuem mais nutrientes do que alimentos convencionais

Pesquisa da UFPR revelou que os orgânicos têm mais fibra alimentar, proteína e minerais como ferro e potássio. Eles tinham também menos nitratos e nitritos, que podem ser cancerígenos e provocar má formação.

São 7h de sábado, e o um grupo de paulistanos já pulou da cama. Eles saem em busca de saúde e encontram alimentos livres de agrotóxicos. Já virou rotina para a tradutora Larissa Loenert, mãe do Gabriel de um ano e nove meses. Ela faz compras na feira de orgânicos toda semana, sem falta. E tem que ser bem cedo antes que os produtos acabem.
“Eu tenho os alimentos sem agrotóxico, tenho uma criança mais saudável, tenho uma alimentação em que eu confio mais. Estou levando muito mais saúde para casa, com certeza”, afirma Larissa.
Esse é o começo de uma mudança de hábitos do consumidor que anda cada vez mais exigente. Já não basta parecer saudável, afinal aparência não é tudo. O consumidor agora também quer saber de onde vem o que ele está comendo e como o que ele põe no prato foi produzido. A busca por alimentos orgânicos é, no fundo, a busca por uma espécie de selo de qualidade, uma garantia de que o que ele come hoje não vai fazer nenhum mal à saúde, nem agora nem no futuro.
Os alimentos orgânicos passaram por um teste na Universidade Federal do Paraná (UFPR). “O mais importante não é só o que eles têm, mas o que eles não têm, e o que eles não têm é contaminação por agrotóxicos. Então, recomendam-se os orgânicos”, aposta a química Sônia Stertz, da UFPR.
A pesquisadora Sônia foi a campo. O que ela colheu nas plantações próximas a Curitiba foi direto para o laboratório. E dez alimentos passaram pelos testes: agrião, alface, batata, couve-flor, espinafre, tomate-cereja, tomate-salada, morango, pepino e cenoura. Conclusão: os orgânicos levaram vantagem em relação aos alimentos cultivados com uso de produtos químicos.
“Apresentavam maior concentração de nutrientes, quando comparados aos convencionais, como fibra alimentar, proteína, açúcares e também alguns minerais como ferro, potássio e selênio”, explica a pesquisadora.
Algumas amostras se destacaram na pesquisa, como é caso da batata e do morango. Não é à toa que o agricultor Isaías José Pereira hoje vive todo orgulhoso. “Os morangos têm uma concentração maior de açúcar com vários minerais como cálcio, sódio, potássio e selênio, com teores mais elevados que os convencionais. Isso é muito positivo”, afirma a química da UFPR.
O alimento orgânico é saudável, bonito e saboroso. Há dez anos, o agricultor mineiro Isaías trocou o plantio convencional pela produção de morangos orgânicos. Foi depois de observar um fenômeno curioso na sua propriedade. O canteiro que recebia agrotóxico estava cheio de ácaro. Em outro terreno meio abandonado, sem veneno, os morangos cresciam bonitos.
“Eu fui vendo aquilo e eu pensei: o quê que está errado? Lá na lavoura abandonada, estava cheinho de predador natural. E na convencional, o predador não chegava porque tinha veneno”, conta Isaías.
O agricultor viu que não precisava mais do agrotóxico. É no que todas as pessoas que vão a uma feira de orgânicos também acreditam.
A pesquisa da Universidade Federal do Paraná também mostrou que os alimentos orgânicos testados em laboratório tinham menos nitratos e nitritos, substâncias que podem ser cancerígenas e provocar má formação genética.

Vazamento de petróleo desafia a tecnologia no Golfo do México



Robôs, drenos e dispersantes são usados para tentar evitar desastre.
Quase um milhão de litros de óleo se espalha no mar por dia nos EUA.
Às 22h do dia 20 de abril houve uma explosão no Golfo do México. Onze funcionários da empresa British Petroleum ficaram desaparecidos no acidente. Desde então, formou-se uma corrida contra aquele que pode ser tornar em breve o maior derramamento de óleo já ocorrido nos Estados Unidos, e um dos maiores da história – somando todas as manchas, a área é comparável ao tamanho de um país como Porto Rico.

O acidente ocorreu em uma região de intensa exploração de petróleo, a 65 quilômetros da costa do estado americano da Louisiana.

Quando a plataforma Deepwater Horizon pegou fogo, um sistema automático deveria ter fechado imediatamente uma válvula no fundo do mar. Deveria, mas não fechou.

O equipamento de emergência falhou e, quando a plataforma afundou, dois dias depois, a tampa do poço ficou aberta. E há 12 dias o petróleo vaza sem interrupção.

E agora que o equipamento falhou, interromper o vazamento de quase um milhão de litros de petróleo por dia no Golfo do México, e que acaba de chegar a uma reserva natural?

Bastaria girar a válvula e o poço ficaria fechado para sempre. Mas o equipamento está a mais de 1,5 mil metros de profundidade.

Robôs
E aqueles que seriam a única esperança estão há quase duas semanas tentando. Robôs submersíveis controlados à distância primeiro tentaram o mais simples: apertar um botão que fecharia a válvula. Nada feito. Eles agora usam ferramentas, como alicates e cabos conectores na tentativa de consertar o defeito.

"Temos um robô trabalhando especificamente na válvula na boca do poço. Outros estão tentando fechar os vazamentos na tubulação e temos ainda outros robôs monitorando a área para saber se não há ainda mais óleo vazando", explicou ao Fantástico a representante da British Petroleum, Marti Powers.

Perguntada por que os robôs não tiveram sucesso até agora, Mari Powers diz, simplesmente, que não tem como responder.

Em um sinal de desespero, os comandantes da operação apostam em várias estratégias ao mesmo tempo.

Dreno
Já está em construção em um estaleiro próximo uma enorme estrutura metálica, uma câmara de contenção que será colocada sobre a região onde o petróleo está vazando. Por uma espécie de dreno, o óleo contido seria levado até navios-tanque e retirado do mar.

A complexidade da outra estratégia confirma: o vazamento pode demorar meses.

Uma plataforma móvel está sendo rebocada até o local e nos próximos dias começa a perfurar um novo poço ao lado do que está vazando. Pela nova tubulação, os engenheiros pretendem injetar cimento e finalmente bloquear a passagem do petróleo pelos dutos danificados.

Demora
No começo do acidente, dizia-se que o petróleo na superfície do Golfo do México era só uma pequena quantidade, o que sobrou da plataforma perdida. Na última quinta-feira (29), nove dias depois, engenheiros perceberam que vazava quase um milhão de litros por dia. Foi só aí que o presidente Barack Obama veio a público e montou uma força tarefa do governo.

Em uma embarcação da Guarda Costeira, a equipe do Fantástico viajou quase duas horas pelo Rio Mississippi até a entrada do Golfo do México.

No caminho, os primeiros sinais da megaoperação montada para reduzir o impacto do óleo sobre a reserva ambiental que se forma em torno do rio: mais de 60 quilômetros de barreiras.

Mas a ajuda também chega pelo céu. Aviões jogam dispersantes sobre a mancha, perto de um milhão de litros até agora. É uma espécie de sabão que provoca uma reação química, quebrando o óleo em partículas menores. O óleo se dilui na água e pode ser digerido por bactérias marinhas que usam essas partículas como alimento.

"Pela primeira vez estamos usando dispersantes também na origem, no próprio poço", explica Patrick Keley. "Só assim podemos dissolver o óleo antes que ele chegue à superfície".

Em outra frente, 75 barcos e mais de duas mil pessoas tentam retirar do mar o máximo possível do petróleo derramado. Mas, apesar dos esforços, a cada segundo o volume aumenta. O combustível se espalha e muda de forma.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Consumidores encontram alimentos orgânicos mais baratos em feiras


Os orgânicos custam mais, mas uma maneira de não pagar tão mais caro para ter esses alimentos em casa é comprar diretamente de quem planta.


No supermercado, os alimentos orgânicos ainda precisam de apresentação. “Ele não tem agrotóxico, não tem fungicida, nada disso. Ele é plantado de maneira totalmente natural”, explica o produtor de orgânicos Willy Pruss.
A palavra pode até já fazer parte do vocabulário. Mas e no carrinho?
Os orgânicos custam mais, mas existe uma maneira de não ter que pagar tão mais caro para ter esses alimentos na mesa de casa. É comprar diretamente de quem planta. Em feiras de orgânicos, produtores e consumidores têm encontro marcado nas grandes cidades.
Deyse Maria Dos Santos compara preços toda semana. Ela é empregada doméstica. Para a patroa, compra tudo na feira convencional. Mas ela abastece a própria casa na feira de orgânicos. Deise acredita que é ela quem sai ganhando: “Além de eu comer saudável, ela come veneno e eu não como”.
Comer orgânico pode custar mais caro, mas, em compensação... “Eu, por exemplo, não tomo nenhum tipo de remédio. Não fico resfriada. Meus filhos, também. Ele nasceu com anemia, depois ele ficou curado só com alimentação orgânica. Eles nunca ficaram doentes. A economia está na farmácia”, comenta Deyse.
Quanto será que se gasta em uma feira orgânica? Decidimos fazer as contas junto com a tradutora Larissa Loenert. Ela comprou cenoura, alho poró, brócolis, mandioca, tomate, couve, morangos, abóbora, uma dúzia de ovos e dois quilos de banana. E para comprar tudo isso, ela gastou em torno de R$ 50. Mas são R$ 50 por semana para ela, o marido e o filho pequeno.
Mas faltou somar o leite do Gabriel que também é orgânico. Nas mamadeiras dele, vão mais R$ 50. E Larissa acha que vale a pena. Ela sabe que há pesquisas mostrando que o leite orgânico pode conter até 80% a mais de antioxidantes – substâncias capazes de prevenir doenças.
São consumidores preocupados com a saúde que impulsionam o mercado de alimentos sem agrotóxicos no Brasil.